Neste momento as cores como as conheço desaparecem e em mim nasce a incerteza do segundo que se segue.
O momento traz com ele uma mensagem em código que apenas com bastante arte é descodificado. Elementos que através de graus de associação nos apresentam outros elementos, levam-nos a um pensamento que o nosso subconsciente tenta transmitir.
Não faço a mínima ideia para onde me levam as árvores cinzentas e as suas sombras negras criadas pelo luar e o céu estrelado. Apenas consigo ouvir o som dos ramos e das folhas secas que afasto com os braços para abrir caminho na direcção que sigo. A visão distorce á medida que avanço e tanto os troncos como os ramos das árvores deslizam lentamente na imagem deixando cada um deles um pequeno rasto nas imagens cada vez mais nubladas. As árvores parecem multiplicar e a sensação de desespero chega ao peito de uma forma aguda.
Escuto sussurros enquanto a velocidade do meu passo no pequeno trilho aumenta. Começo a reconhecer o desespero que nasce através da solidão. Como que dezenas de pessoas se tratassem, os sussurros começam a aumentar de tom e apenas assisto aos meus movimentos que já não controlo. Sinto a presença de algo. Acabo de chegar a um círculo cerrado por árvores. Os sussurros bem próximos dos meus ouvidos transformam-se em gargalhadas perturbantes que me afectam de tal modo como alguém que aperta o meu coração e lentamente a vida me leva. As cores acinzentadas começam agora a escurecer até tudo desaparecer.
Só mais um sonho por desvendar.
segunda-feira, abril 04, 2005
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