É impressionante como o mundo é pequeno. É tão estranho e ao mesmo tempo recorfortante sabermos que os locais que visitámos em criança agora são capazes de nos fazer sentir tão bem. Sentimos uma leve nostalgia que nos faz esboçar um sorriso mas acima de tudo existe tensão que se sente no ar parecendo que tudo aquilo está ali só para nós.
Eu só como torradas em ocasiões especiais.
A paisagem é a mesma, só que desta vez conseguimos dar valor ao que nos rodeia. É o local que á tanto tempo está na nossa mente para navegar durante a noite. As ruas estreitas que ficam tão bem enfeitadas quando o sol cai e nasce a luz amarelada do candeeiro de rua, onde ecoam os pequenos risos de quem se sente realmente bem e se vê o fumo de quem se lembrou de acender mais um cigarro. Tudo fica mais... nosso. E não há uma frase que consiga transmitir o que se sente no momento. Existem pontes que tremem, rios que matam e rochas que guardam tardes de conversa. Uma capela pecadora e uma pizzaria fechada. Uma pessoa que se sente parva e outra que ri da estupidez que presencia.
As ruas desertas ou pouco povoadas parecem ser a benção para quem realmente procura vida na vida. A sua escuridão combina com o que se sente dentro dos que nelas caminham criando uma sensação serenidade que quase parecemos entrar num filme que nos faz criar momentos como um simples piscar de olhos bem lento enquanto olhámos para o lado.
Pequenas mensagens são entregues, seja no silêncio, seja na voz que teima em não terminar uma frase com sentido. Nascem sorrisos que fazem nascer outros ainda maiores.
São rasgadas recordações da parede e nasce um fascínio pelo quarto onde a guitarra pede um acorde, a cama convida para assistir a um filme e as imagens que preenchem as paredes demonstram personalidade. Existem boas vibrações.
Observo de longe os poucos carros que passam na estrada enquanto sentado penso para mim mesmo, entre o silêncio, que não preciso de mais nada. Sinto-me no lar que nunca tive. Sinto-me de uma vez por todas bem comigo mesmo, longe de julgamentos, traições ou desconfortos.
Tanto riso. Crio ritmos de bateria numa mesa enquanto observo quem está distraído a observar as minhas mãos. Sento-me na divisão sem luz e sussurro as palavras que me aparecem na mente sem pensar nelas. E surge o silêncio. Que pode significar tanta coisa boa, como má. E aparecem na cabeça todas as emoções que não poderíamos ter no passado. Foi perdida a noção do tempo para começar algo que á muito estava escondido. Tudo isto entre o silêncio e a escuridão. Sentiu-se a intensidade.
Consegui ouvir um sorriso. É possível?
sábado, julho 02, 2005
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2 comentários:
Tudo é possível, um sorriso é um começo.*
sim
é possivel
*mim sorri*
bjz*
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