terça-feira, agosto 22, 2006

Teenage Angst

Leva nele o grito que o libertará perante um mundo que nunca pertencerá, seguido de um choro que o libertará perante a multidão que nunca seguirá.
Esconde-se em florestas, escapando do som dos passos na calçada, dos carros que têm sempre para onde ir e das pessoas que levam nelas a ignorância que deu lugar á inocência de descobrir e viver. Bebe alcóol para não temer o manter de um sorriso natural e fuma substâncias para sentir a dança de uma alma que se afoga numa vida que nunca conseguiu fugir, a não ser lá, longe, no lugar onde não está. Espalha risos quando tropeça e choros quando se confessa quem realmente é, nunca entristecendo a natureza que o rodeia, porque essa é o seu escape. As ruas e os bancos de jardim vazios, até os baloiços e os escorregas abandonados na madrugada, estão prontos para adolescentes que querem sempre algo que nunca conseguem sentir.
O despertar é sempre confortante, quando o pássaro canta e o rio corre, a música ao longe toca e os lábios de um rosto ainda com os olhos fechados, esboçam um sorriso. Vestem-se os calções de ganga que outrora foram calças, as sapatilhas sujas e uma t-shirt velha demais. Acende-se o cigarro e suspira-se por tudo aquilo que se sente e tudo aquilo que não se consegue sentir, a adolescência deve ser isso mesmo.
Porque os olhares comprometem corpos e os sorrisos a alma, não há nada que vagueie no pensamento capaz de corroer mais um pouco um ser que enfraqueceu com o tempo. Caso o vazio se faça sentir, por tudo aquilo que sabemos que nunca morre, existe uma linha de horizonte reconfortante, um toque de pele quente e suave que faz esquecer o que amanhã poderá trazer. Existe sempre a salvação no olhar que substitui qualquer palavra e na fotografia que se tira mentalmente do local mais bonito que se pode estar.
Viaja-se. A alma vai sempre mais além que os passos que se dão e os suspiros sentem-se mais do que qualquer palavra dificil de ouvir. E quando a noite chega, já quando a visão é turva e as respirações acalmam ainda mais, ele senta-se num canto de uma rua qualquer, vendo tudo o resto seguir o seu curso, perto de tudo aquilo que precisa, numa magia inimaginável e reconfortante que o faz sorrir, para não se lembrar do mundo como ele realmente é, lá fora.

7 comentários:

Klatuu o embuçado disse...

Tens que resolver a tua adolescência... o melhor é arranjares uma trintona com papel! JAJAJAJA!!!
Não te será difícil...

P. S. O texto está excelente...
Sabes, pelas tuas idades também atravessei uma crise do caralho!
Sobrevivi.
As travessias do inferno são importantes... passam... e a experiência transforma-se num relicário precioso de memórias singulares que fermentam ao longo da vida...
Bem melhor que as dos montes de merda que sempre viveram uma vida banal e sem angústias!
Abraço.

Klatuu o embuçado disse...

Com que parte é que concordas?
JAJAJAJAJA!!!

Klatuu o embuçado disse...

Senhoras, ajudem esta criança! O país não se pode dar ao luxo de desperdiçar rapazes sábios e talentosos! :)=

Lord of Erewhon disse...

Ó «adolescente angustiado», o «avô cantigas gó» dedicou-te um texto! :)=
Ouve Mão Morta pá, é preciso é estilo!;)

Klatuu o embuçado disse...

Desta vez é que fostes...?...
:)=

Lord of Erewhon disse...

Public Pervert... difícil ou não... é um dever ético - e no teu caso, estético - sobreviver.
Abraço.

Anónimo disse...

Name it. beach I've just been practicing harder than I ever have. At the PGA Merchandise Show last month, TaylorMade showed two new products: the r7 SuperQuad, a driver with a 460-cubic-centimeter head and four movable weights, and the Burner, another 460cc driver that's shaped like a bullet and has no movable weights. The sister brands of Titleist and Cobra have opted for triangular-shaped heads, and even Nike and Callaway are offering drivers with elongated heads to hedge their bets on square.