sexta-feira, agosto 31, 2007

Divagação

E o dia seguinte foi muito meditativo.

Há duas formas de encarar as coisas: as drogas são más ou então, o aspecto que pouca gente quer encarar, determinadas drogas podem-nos ajudar. Não é que eu precise de ajuda. Mas gosto de me expandir. Eu não sou a favor de uma droga como a heroina ou a cocaina. Não vejo qualquer tipo de interesse em drogas auto destructivas. Não te fazem bem nenhum para alem de te destruir o corpo, entendes? Mas há coisas completamente naturais, que desde sempre foram utilizadas com um objectivo, que é tentar ultrapassar barreiras impostas no mundo real, baixar os niveis de serotonina e deixar a tua mente interpretar as coisas sem que tenham necessariamente que se encaixar numa sociedade ou num mundo.
E não querendo fazer de ti um fantoche, porque estás longe de ser isso, és como uma flor, nova, que ja está ciente de muita coisa muito antes de muitos outros e que com o cuidado certo, serás das mais interessantes de se ter no jardim. metáfora um bocado cheesy, mas suficiente.
É como se houvesse esta troca de informação da minha parte para a tua e vice versa que nos fizessem pessoas melhores, entendes?
é nestas conversas que eu sei que provavelmente so conseguiria ter com pouca gente, o que me dá uma vontade enorme de que as pessoas se conscienscializem disto. Que a vida não é só um emprego, mas que acaba por ter que ser! E que há muito mais capaz de nos elevar o espirito.
Não me refiro a drogas, mas ao conhecimento e á percepção, à abertura da mente pelas maneiras de pensar, agir, ver ou sentir.
E acho que é nesse ultimo sentido que falei, que as coisas se deveriam regir. mas acho impossivel neste mundo.

Talvez no proximo. who knows.

É dessas pessoas que tenho um pouco de aversão, por julgar o que não entendem e supostamente ter a verdade para tudo.
Do tipo: pão pão, queijo queijo.

Elas so vêem o pão e o queijo que tens.
São simples linhas rectas. Tu, o circulo com o pão e queijo


Tendo em conta que não gosto de queijo, faz sentido.
Ofereço sandes de raciocinios ás pessoas.

8 comentários:

Paulo Brás disse...

ainda bem que encontraste a Berta, vai aparecendo. (às vezes, é frustrante não poder comentar o fotologue - resta-nos o teu blogue, claro.)

eu gosto de queijo. mas, entrando no verdadeiro assunto, eu não sei se as drogas são más. assim como o álcool. e o tabaco. não deixo de frequentar sítios ou pessoas (frequentar pessoas é deveras cool) por saber da sua existência, mas consigo dizer com toda a certeza que nunca senti necessidade de tê-las. percebes? como deixei de ter necessidade de deus, como deixei de ter necessidade de saudades, aprendi a não precisar de experimentar drogas, nem sequer álcool. e isso chega-me. se calhar há um grande mundo que me escapa, mas é para o lado que durmo melhor.


(este deve ser dos melhores sítios para reflexão que conheço. arte-terapia.)

j. disse...

"to swing on the spiral
of our divinity and still be a human."

é isto?posso resumir o teu brilhante texto nisto?

(olhe.o senhor foi as noites ritual? é que eu vi lá um moço com uma camisola dos doors, e ia jurar que eras tu. continuo a jurar que eras tu, aliás.)

C. disse...

" ao Dr.Albert Hofmann:

- Que sintetizou o LSD e descobriu a sua acção mental.

- Que descobriu e sintetizou a psilocibina e a psilocina do cogumelo mágico do México.

-Que descobriu os compostos alucinogénicos do ololiuqui, trepadeira da América Tropical. "


é assim que começa o livro que estou a ler. era do meu avô e ele leu-o em 68. "the beyond within - the LSD story" - está a ser o corredor do corredor, até porque há esta particularidade de ter apontamentos do meu avô por todo o lado; além de o estar a conhecer (porque ando a vê-lo em livros) descobri tanto sobre a mente humana que só consigo achar que não sei nada.
eu gosto de queijo. também gosto de pão, mas não consigo deixar de pensar que existe uma combinação maravilhosa entre os dois. também não deixo de pensar que gosto de queijo com outras coisas e de outras coisas com pão. tudo pode ser digerido de centenas de maneiras. até porque apesar de igual. é uma questão de perspectiva.

não sei se as pessoas podem ser flores, a mim parecia-me mais lógico que se movessem como animais que são. mas dispersando da tribo, acho que só assim é que se conhece este espaço. este momento. esta realidade(?).

não sei se as drogas são boas ou más. se as naturais são melhores ou piores. sei que há qualquer coisa numa noite em que se anda a visitar o mundo com os neurónios ao contrário e os olhos cheios de sentido que me deixa a crer que há viagens que têm que ser feitas.
já se passou um tempo.
mas passa-se sempre quando queremos.

eu gosto de vir aqui divagar e derrapar na mayonese mesmo à grande. papo as tuas sandes de raciocinios, mas só porque não sou esquisita ao ponto de torcer o nariz a algo diferente.

C. disse...

lembrei-me agora que além da questão da perspectiva, há outra coisa melhor (como é que me esqueci disto, logo eu...) há sempre o lado sensorial. e há-que apreciar tanto o queijo como o pão.

Anónimo disse...

Isso, curiosamente, fez-me lembrar qualquer coisa.
Andamos desencontrados no tempo, muito embora eu te tenha visto ontem à noite, de raspão. Foi o muro outra vez, com o silêncio.

Tartes.

Anónimo disse...

nao me perdoo pela falta de tempo e desencontros...

Klatuu o embuçado disse...

Eu se fosse a ti ia substituindo as drogas por sessões de foda intensa com gajas taradas... :) ... De qualquer modo, lê:

«As Portas da Percepção»
«Céu e Inferno»
- Aldous Huxley

«Droga, Embriaguez e outros temas»
- Ernst Jünger

Anónimo disse...

e outra coisa q nao perdoou é o facto de nao ter experimentado uma das tuas sementinhas 'magicas'...