terça-feira, outubro 11, 2005

Smells the taste of all we waste

From rape to right in, too real to live
should I lie down or stand up
And walk around again?
My eyes finally wide open up
My eyes finally wide open shut
I finally found the sound
That heals the touch of my tears
Smells the taste of all we waste
Could feed the others
But we smother each other
With the nectar and pucker the sour
Of bittersweet weather
It blows through our trees
Swims through our seas
Flies through the last gasp we left on this earth

It's a long lonely journey from death to birth

Should I die again?
Should I die around the pounds of matter wailing through space?
I know I'll never know until I come face to face
With my own cold, dead face
with my own wooden case

Estou farto de me repetir.
Como se as minhas palavras não tivessem significado. Como se fossem apenas murmúrios que o vento leva enquanto caminho. Meras palavras sem valor.
Sinto-me um peão mas dentro de mim existo. Sei que não me ouvem e que não me vêem e que apenas eu me conheço e sinto. É a única certeza que tenho, mesmo que não me agrade. Sei que poderia dizer e fazer muita coisa, mas à primeira vista nada teria significado ou então seria entendido da forma que cada um pretende entender. Porque toda a vida foi assim.
Tudo se agrava sem razão aparente. Sente-se apenas um crescendo de emoções tão intensas que chegam a sufocar. Emoções que me rasgam por dentro, que me consomem dia e noite mesmo quando parecem prestes a adormecer. A apatia é quebrada por uma onda de sentimentos que me afoga diariamente e me ameaça implodir. Até conforto apático me escapa.
Restam pequenos murmúrios que revelam a dor de uma criatura que já não vive. Murmúrios que se tornaram tão comuns que hoje são tomados como apenas simples murmúrios. Quando são tudo aquilo que sou e sinto. Quando são a mágoa e a apatia. Por tudo aquilo que meus olhos assistiram e que meu ser sentiu. Por uma voz que se silenciou, um olhar que morreu, um sorriso que desapareceu, uma vida que se perdeu.
Desde que perdi a inocência até hoje, fui perdendo tudo.
Tudo esvaneceu e doeu. Ainda dói quando nos apercebemos disso. Quando reparamos no que tivemos. Do ser que fomos e (não) somos. Das vezes que dissemos que não podia piorar mais. Mas existe sempre mais uma maneira.
E resta também a solidão. Presente nas pequenas pedras da calçada numa noite chuvosa, nas folhas que o vento nas árvores agita. Presente numa cidade cinzenta que tanto confortava como magoava. Resta a solidão que me envolve, que numa noite chuvosa naquele lugar mágico, mantinha-me imóvel, por choque ou pânico do que me apercebia naquele momento que já nem me confortava. Numa vontade de abandonar tudo o que conheço, sinto-me preso naqueles longos segundos, o cigarro sozinho se vai queimando e com o olhar morto no chão o peso no peito aumenta à medida que a chuva cai. Por tudo aquilo que não somos e não temos.
Como um amigo meu gostava de me cantar, a vida é sempre a perder.

1 comentário:

Anónimo disse...

as tuas palavras têm significado.
acredita.

perdido?...

*