terça-feira, maio 02, 2006

Paralisei

Perdi-me no tempo. Paralisei.
Nada me espera no futuro a não ser a falta de vida que hoje constantemente sinto. Tornei-me numa mente que se lamenta todos os dias que desperta e não tenho qualquer orgulho nisso. Vejo os meus dias e as minhas noites como nunca antes conseguira ver. O tempo tornou-me frio e distante, mergulhado numa angústia que sinto intensamente. Sinto a falta de tudo aquilo que o tempo me possa ter levado para apenas ficar comigo mesmo, nesta dor de ser quem sou.
Já passei por noites que destinei serem as últimas mas a manhã teimava em aparecer. Sou provavelmente lixo humano que não se contenta com nada do que tem e que nunca teve força para lutar seja pelo que fosse.
Hoje estou aqui sentado. Sentado no meio desta imensidão de espaço, de cigarro na mão, tal como na primeira vez que peguei num, sentado numa rocha, naquele bosque que me levaram numa tarde de verão. Em frente a este computador que comprei graças a um folheto que encontrei no chão a caminho de casa à uns anos atrás. Com uma meia ás riscas pretas e vermelhas, que me ofereceram como luva, quando visitei a casa de uma rapariga que conheci na rua, numa fuga para o Algarve, onde dormi em locais que não fazia a mínima ideia de como se chamavam. Com uma camisa de flanela aos quadrados que comprei num leilão na Internet, que se tornou na peça de roupa que mais uso. Com umas sapatilhas que comprei com a única pessoa que foi capaz de entender tudo em mim e de me amar.
A minha vida dava o filme que todos os adolescentes deveriam ver.
Para quando o momento em que desistimos de nós mesmos chegasse, fossem capazes de lutar contra tudo aquilo que dentro deles possa doer e não se entregarem ao vazio que os consumirá, até que uma noite seja mesmo a última.

4 comentários:

Klatuu o embuçado disse...

O que escreves é sempre muito bom!
Duas coisas: Arranja um Prontuário Ortográfico, dás uns errozitos de pontuação e de acentuação, por vezes.
Não dá para acertares o texto? Fica com outra apresentação.

Anónimo disse...

Tenho pensado em tanta coisa.
Finalmente sinto-me capaz de pensar novamente, pensar como antes. Nem imaginas a vontade que tenho de te dizer coisas que me passam pela cabeça, por vezes.
Coisas á toa, pensamentos abstratos.
Não te devem interessar, de qualquer maneira.
Mudámos.
Não és "como um adolescente deve ser" por causa das drogas leves e pesadas, das fugas, das camisas aos quadrados e etc.
Para mim, sempre foste "como um adolescente deve ser", pela tua forma de ver o mundo.
Foi assim que sempre te entendi e amei.


(o barco desfez)

Anónimo disse...

Looking for information and found it at this great site... Sceptre pdas handheld Mexican butalbital 1995 oldsmobile auroa Buspirone pill drug test Mitsubishi hd6000 1966 oldsmobile 98 Auth coach camel leather tote shoulder bag Printer friendly books

Anónimo disse...

Não és lixo humano!
Só não tens forças para lutar... Acima de tudo, contra ti mesmo...
Beijinho (desculpa o atrevimento!)