quinta-feira, dezembro 15, 2005

Guardei-me na gaveta para nunca mais sair

Quero desaparecer.
Sentir a minha existência dispersar-se no ar para me libertar de mim mesmo, perder esta alma suja e gasta, que chora e dói a cada momento que me procuro em mim mesmo. Quero parar de me consumir a mim mesmo porque me acabei e enlouqueci. Silenciar os pequenos murmúrios que me amarguram nesta serenidade que mata.
Sou um fio de fumo, leve e suave, de um cigarro que se acabou e se espalhou.
Perdi-me.
Quero-me drogar. Para nunca mais pensar, sentir ou viver. Não me quero! Quero fugir deste mundo que nada me traz a não ser a dor de ser quem sou. Quero cair e adormecer. Não para sonhar mas para me apagar. Quero parar esta lamentação.
Gritar. Partir. Alucinado.
Não tenho vida.
Dói. Pesa-me.
Quero vomitar. Cuspir esta bola de emoções que matam. Quero-me vomitar.
Não quero nada.
Eu nunca quis nada.

3 comentários:

pisconight disse...

Continuas na tua onda de sofrimento e em que os sentimentos são levados ao extremo. Parabéns! Continuas a escrever de uma forma que cativa.
;)

Anónimo disse...

devias querer qualquer coisa...
so poruqe é natal e pode ser k este ano o pai natal resolva tornar se realidade...
eu nao sei.
ja nao sei nada.

mas... eu ja disse. devias ser feliz*

Ana Sofia disse...

Gosei do post anterior...adoro a música ca+itão romance!!
gostei tb mto deste post...é triste, cruel, azedo mas gostei das palvras cruas e do desfazamento dos tempos verbais do inicio e do fim!!!

jinhos